Governo do Distrito Federal
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16/03/21 às 13h15 - Atualizado em 30/03/21 às 17h52

Economia do Distrito Federal se mantém estável no último trimestre de 2020

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Índice cresceu 0,2% em comparação com o mesmo trimestre de 2019. Em relação aos dois trimestres anteriores, resultado foi positivo

 

O Índice de Desempenho Econômico do Distrito Federal (Idecon-DF) avançou 0,2% no 4º trimestre de 2020 em comparação com o último trimestre de 2019, apresentando estabilidade. Apesar de tímido, o resultado representa uma nítida melhora em comparação aos índices observados no 2º (-3,9%) e 3º (-0,7%) trimestres de 2020. O percentual registrado no trimestre é superior ao do Produto Interno Bruto (PIB) do país para o mesmo período, de -1,1%. No acumulado do ano, a economia da capital federal apresentou queda de -0,8%, enquanto o Brasil registrou variação de -4,1%.

 

A 15ª edição do Boletim de Conjuntura do Distrito Federal, publicado nesta terça-feira (16), mostra que a flexibilização gradual das medidas restritivas às atividades comerciais no DF, adotadas no final do 1º trimestre para combater a disseminação do coronavírus na região, contribuiu para os indícios de recuperação no 3º trimestre, após os significativos prejuízos no 2º trimestre, e um comportamento estável no 4º trimestre. Os resultados do último trimestre só não foram melhores pela necessidade de impor novas regras ao funcionamento dos estabelecimentos comerciais devido à escalada no número de contágios na capital brasileira.

 

SETORES DE ATIVIDADE ECONÔMICA – O desempenho econômico do Distrito Federal no último trimestre de 2020 é resultado do crescimento da Agropecuária e da Indústria, cujos indicadores avançaram 3,8% e 2,5%, respectivamente. O setor de Serviços apresentou estabilidade (0,1%). Já o desempenho da economia local no acumulado do ano se deve à retração na Indústria (-1,3%) e nos Serviços (-0,8%). A Agropecuária (3,0%) foi o único setor a apresentar crescimento no período.

 

Mesmo após a retomada generalizada das atividades econômicas locais, a pandemia afetou de forma diferente os setores produtivos da economia. A Agropecuária, por ser considerada essencial, e também por ter sido beneficiada por uma supersafra em 2020, foi o setor de maior crescimento no 4º trimestre do ano, impulsionada pelo aumento de 11,3% na produção de soja e de quase 100% na produção de sorgo.

 

A Indústria também cresceu, porém menos intensamente. A maior contribuição veio da Construção (3,8%), que apresentou seu maior resultado desde o 4º trimestre de 2012. O segmento merece destaque por ser intensivo em mão de obra, ou seja, a expansão percebida nessa categoria pode refletir positivamente sobre o mercado de trabalho local. As Indústrias de transformação também registraram crescimento (1,8%), enquanto a categoria de Outros da indústria (0,3%) permaneceu estável.

 

O setor de Serviços e seus segmentos possuem o maior impacto no desempenho econômico do DF, já que são responsáveis por 95,3% da economia local. A pequena variação no setor, reflexo da queda nas atividades de Comércio (-6,6%) e de Outros serviços (-2,3%), explica o tímido resultado do Idecon-DF no último trimestre de 2020. As Atividades financeiras, de seguros e de serviços relacionados (6,9%) registraram alta, enquanto a Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social – uma das principais categorias do setor de Serviços – apresentaram variação nula (0,0%).

 

INFLAÇÃO – No 4º trimestre de 2020, a inflação mensurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Distrito Federal foi de 2,51%, superior à observada no 3º trimestre, de 1,29%, e a maior para o período desde 2015, quando alcançou 3,14%. No acumulado do ano, a capital federal registrou inflação de 3,40%, a menor variação entre as 16 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Brasil, o índice foi de 3,13% no trimestre e de 4,52% no ano.

 

O resultado trimestral se deve, em parte, à alta no preço da energia elétrica residencial (10,72%) em dezembro, após estabilidade durante os 11 meses anteriores. Já no acumulado anual, o destaque foi a persistente inflação no grupo de Alimentação e bebidas (10,78%). A queda da demanda – estimulada pelo aumento do desemprego e pelos ajustes nos contratos de trabalho que reduziram a remuneração da população – e da oferta – pressionada pela contração na atividade econômica e reforçada pelo aumento das exportações de determinados produtos – teve um viés inflacionista.

 

A inflação no DF, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), foi de 2,78% no 4º trimestre, acima da observada no trimestre anterior (1,71%). O INPC, que acompanha o comportamento dos preços da cesta de consumo das famílias com renda de até cinco salários mínimos, fechou o ano em 4,22% na capital federal, o menor valor dentre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE. No Brasil, a variação do trimestre e a acumulada no ano ficaram em 3,34% e 5,45%, respectivamente.

 

As maiores contribuições para o resultado do INPC no ano vieram da alta nos grupos de Alimentação e bebidas (11,28%), que respondeu por mais de 50% do índice, de Habitação (3,43%), influenciado pela energia elétrica residencial, e de Transportes (1,76%), motivado pela tarifa de ônibus urbano. A inflação ao longo de 2020, focada nos grupos de bens e serviços que pesam mais no orçamento das famílias de menor renda, em comparação às famílias com renda de até 40 salários mínimos, colaborou para que o resultado do INPC fosse superior ao do IPCA, o que não é observado desde 2017.

 

TRABALHO – Os dados do 4º trimestre de 2020 revelam sinais de recuperação no mercado de trabalho do Distrito Federal, embora ainda tímidos em comparação aos prejuízos sofridos durante o ano. De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED/DF), o desemprego passou de 18,4% no 3º trimestre para 18,0% no último trimestre, o que equivale a 291 mil pessoas desocupadas na capital federal. O indicador se encontra acima da média histórica para o período, de 15,6%, entre 2012 e 2020.

 

Em relação à posição de ocupação, houve uma expansão generalizada em quase todas as ocupações entre o 4º e o 3º trimestre de 2020, com exceções do setor público (-14 mil ocupados) e as demais posições (variação nula), que incluem os empregadores, donos de negócio familiar, trabalhadores familiares sem remuneração, profissionais liberais, entre outros. Houve um acréscimo no setor privado com e sem carteira assinada (+33 mil e +7 mil ocupados, respectivamente), entre os trabalhadores autônomos (+16 mil ocupados) e os empregados domésticos (+5 mil ocupados).

 

De acordo com o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo CAGED), o número de admissões ocorridas na capital federal no último trimestre do ano ultrapassou o número de desligamentos, gerando um saldo positivo em 7.986 postos de trabalho. Foi o segundo trimestre consecutivo a apresentar resultados positivos em 2020, com desempenho semelhante ao trimestre anterior, de 7.723 novos postos de trabalho. No acumulado do ano, o saldo de postos de trabalho no DF foi de -11.353.

 

Dos cinco setores econômicos, três apresentaram saldo positivo no trimestre, com destaque para o Comércio e os Serviços (+5.211 e +2.727 postos, respectivamente), que possuem importância significativa na economia local e foram severamente impactados pela pandemia no 1º semestre do ano. A Indústria (+912 postos) finaliza os saldos positivos no período. Já a Construção encerrou 778 postos de trabalho, resultado esperado devido a sua sazonalidade. A Agricultura (-86 postos) fecha os saldos negativos do trimestre.

 

Acesse aqui a Apresentação do Boletim de Conjuntura do Distrito Federal

Acesse aqui o Boletim de Conjuntura do Distrito Federal

 

Reportagem: Lucas Almeida, com supervisão de Renata Nandes – Assessoria de Comunicação Social/Codeplan

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