Estudo da Codeplan apresenta “Retrato da Classe C no Distrito Federal”
A Diretoria de Estudos e Políticas Sociais da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou, hoje pela manhã, o “Retrato da Classe C no Distrito Federal”. Segundo Márcio Maurício, um dos coordenadores da pesquisa, a classe C é formada por pessoas com renda per capita mensal de R$ 291 e R$ 1.019, com algumas características de consumo. Houve um salto de 765 mil para 1,2 milhão de pessoas para a classe, representando um crescimento de 56,9%.
“Diferentemente dos anos 80, onde a classe C era ligada a sindicatos e lutava por trabalho, partidos políticos, nos últimos dez anos, essa classe surgiu pela força das políticas sociais, pelo acesso à bolsa família”, disse o Diretor de Estudos e Políticas Sociais, Osvaldo Russo.
Russo destacou que, apesar da ascensão social da classe C, a desigualdade ainda precisa ser reduzida no DF. “Outro ponto importante é o acesso das crianças às creches, para quando chegarem ao ensino médio, terem maiores condições de igualdade social”, concluiu Russo.
Das 30 Regiões Administrativas (RAs) do Distrito Federal, 16 apresentaram predominância de sua população composta por integrantes da classe C. As RAs com maior percentual de pessoas na classe C são Samambaia (57,5%), Santa Maria (56,3%) e São Sebastião (55,4%). Entre as RAs com menor percentual de pessoas na classe C estão o Lago Sul (0,6%), o Lago Norte (2,6%) e o Sudoeste (3,5%).
Perfil
No Brasil, na última década, 40 milhões de pessoas saíram da pobreza, em decorrência do avanço das políticas sociais expressas, principalmente, pelas políticas adotadas de transferência de renda e de aumento real do salário mínimo, além da maior oferta de empregos formais com carteira assinada (18 milhões de novos postos de trabalho). No DF, nos últimos dois anos (2011 e 2012), foram gerados 100 mil empregos formais para pessoas residentes no DF.
O estudo da Codeplan aponta que, apesar desse segmento da sociedade estar incluído no mercado de trabalho, a maior parte concluiu apenas o ensino médio, indicando que a classe C ainda precisa aprimorar o nível de escolaridade para alcançar postos de trabalho com remunerações mais altas.
Embora o aumento da renda tenha ampliado o acesso a bens e serviços, o padrão de consumo da classe C ainda é bem diferente das classes mais altas, principalmente, em relação a bens não essenciais. A pesquisa realizada pela Codeplan mostra que, enquanto a classe C ainda utiliza tanquinho e aparelhos de TV convencionais, as classes A e B já adquiriram máquina de lavar e TV de plasma.
Para Jusçânio Umbelino, Gerente de Base de Dados, da Diretoria de Estudos Sócioeconômicos, o planejamento econômico deve caminhar junto com a sociedade, promover benefícios para a população.
“As mudanças são necessárias. No passado, o pobre mudava de lugar, mas não a condição de pobre. Outro dado interessante que se deve observar é que houve maior aquisição de veículos. Nesse sentido, as pesquisas devem contemplar o aperfeiçoamento do sistema de transporte, facilitando o acesso, para que essas pessoas se desloquem mais facilmente a Brasília,”, afirmou Aldo Paviani, assessor da presidência da Codeplan.
Veja a íntegra do estudo.
Texto: Eliane Menezes
Foto: Toninho Leite
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