Osvaldo Russo Diretor de Estudos e Políticas Sociais da CodeplanSegundo o Censo Demográfico 2010, do IBGE, os jovens (15 a 29anos) representam 26,9% da população brasileira e 28,5% da população do Distrito Federal. No total de jovens,no DF, 59,1% são negros, sendo que 19,1% dos homens negros e 29,7% das mulheres negras são jovens.

Em relação aos homens não negros e às mulheres não negras, 19,1% e 21,7%,respectivamente, são jovens. As regiões administrativas com maiores percentuais de jovens negros são: Estrutural (79,5%), SAI (72,4%), São Sebastião (71,8%), Varjão(70,5%) e Paranoá (70%). As com menores percentuais são: Lago Sul(25%), Sudoeste/Octogonal (29,1%), Lago Norte (31,2%), Brasília (34,4%) e Jardim Botânico (36,5%). Em relação à escolaridade, enquanto 18,8% dos jovens não negros possuem nível superior, entre os jovens negros esse percentual é 7,8%. Em relação ao emprego, na faixa de 15 a 17 anos, enquanto entre os jovens não negros o percentual de jovens economicamente ativos é de 23,6%,entre os jovens negros esse percentual é 29,6%.

O percentual de jovens não negros que percebem mais de três salários-mínimos é de 31,8%,enquanto 13,2% dos jovens negros alcançam essa classe de renda. Quanto à violência, de todos os óbitos por agressão (902), em 2011,54,5% foram de jovens. Dos óbitos por agressão contra jovens, 92,5% atingiram garotos e homens, dos quais 88,1% eram negros.

Considerandoos acidentes de transporte que mataram jovens, 76,4% (123) das vítimas eram do sexo masculino,dos quais 84,5% eram negros.

O Brasil foi o último país a abolir a escravidão, e quando o fez não distribuiu a terra, como clamava Joaquim Nabuco, e nem garantiu escola,casa e trabalho para os negros. Apesar dos avanços sociais e das políticas afirmativas da última década,a desigualdade e a discriminação continuam expressando a dívida histórica com a população negra.