A Codeplan divulgou na quarta-feira (17) dois importantes estudos de cunho social: A População Negra no Distrito Federal e Os Jovens do Distrito Federal: condições de estudo e ocupação. O primeiro aponta informações socioeconômicas sobre a população negra no DF; o segundo traz dados estatísticos sobre os jovens da Capital.
POPULAÇÃO NEGRA NO DF
Tendo 2010 como ano base, verificou-se que 56,2% da população é composta por negros, pardos ou indígenas. Dentre as Regiões Administrativas (RAs), as três maiores em contingente populacional de negros são SCIA/Estrutural, Fercal e São Sebastião, notadamente locais conhecidos por rendimentos baixos. Todos os aglomerados subnormais (favelas) do DF possuem mais de 60% de população negra. Por outro lado, as menores proporções estão nas RAs de maior poder aquisitivo: Lago Sul, Lago Norte e Sudoeste.
Para o presidente da Codeplan, Júlio Miragaya, a desigualdade social no DF tem cor. De acordo com ele, não é coincidência a questão racial apresentar grandes disparidades em qualquer um dos dados socioeconômicos apontados pelo estudo.
A assistente social e coordenadora da publicação, Jamila Zgiet, exaltou o estudo como um importante subsídio às políticas sociais do GDF. Segundo ela, com as informações apresentadas neste trabalho, é possível verificar necessidades de intervenção do governo, requerendo programas e projetos de cultura, lazer, trabalho e educação voltados a esse público, dando ênfase à igualdade de oportunidades e à inclusão social.
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JOVENS NO DF
Em 2013, os jovens de 15 a 29 anos representavam 25,1% da população residente no Distrito Federal, um total de 704.611 mil pessoas. O estudo identifica as condições de estudo e ocupação desta parcela da sociedade, aprofundando análises sobre aqueles que não trabalham e nem estudam (conhecidos como “nem-nem”), que representam 16,6% dos jovens.
O estudo perpassa por questões como nível de escolaridade; rendimento; proporção de mulheres jovens com filhos; contingente, perfil social e condição familiar dos chamados “nem-nem”.
Com base nos dados apontados, Keli Andrade, responsável pelo estudo, afirmou que é possível observar que as desigualdades de gênero, raça e classe persistem e estruturam as posições a serem ocupadas por cada um dos segmentos de jovens estudados.
Ao final da divulgação dos dois estudos, houve um debate entre os especialistas da Codeplan e representantes de diversos órgãos públicos distritais e nacionais. Eles discutiram a questão cultural, as causas e efeitos da antiga sociedade escravocrata no Brasil de hoje e a importância de políticas públicas que combatam as desigualdades de raça e gênero no País.
Estiveram presentes no evento a Secretária de Políticas de Ações Afirmativas da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR), Angela Nascimento; o Secretário Adjunto da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial do Distrito Federal (SEPIR/DF), José Alves da Silva; e a Subsecretaria de Avaliação e Gestão da Informação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do Distrito Federal (SEDEST/DF), Lidia Cristina.
Texto: Júlio Poloni
Foto: Mauro Moncaio
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