Júlio Miragaya
Presidente da Codeplan e Conselheiro do Conselho Federal de Economia
A Seleção Brasileira sofreu para a Alemanha a maior derrota nos cem anos de sua história. Tal resultado, num país que ama o futebol, naturalmente merece reflexão. Alguns vão buscar explicações fáceis, como “se o Neymar estivesse em campo, o Brasil venceria” ou procurar um vilão, casos do Fred ou Bernard.
Ocorre, que “o buraco é mais embaixo”. Começa pelo comando “mafioso” no futebol brasileiro. Maus dirigentes, associados a “empresários”, se tornam milionários, mas os clubes atolam-se em dívidas. Alguns dirão: mas o Brasil foi tetra e penta com um desses “mafiosos” no comando.
Eu diria que foi apesar de tê-lo no comando. Nesta Copa, além de um time mais fraco, faltou estrutura emocional. O choro dos jogadores já revelava a falta de equilíbrio de uma equipe jovem, com um técnico despreparado dizendo que era obrigação ganharmos a Copa. Diante da primeira adversidade, o time “desabou” em Belo Horizonte. Mas temos de separar as coisas: a Seleção, a Copa e o País.
Se a Seleção foi muito mal, a Copa de 2014 continua muito bem, sendo considerada por toda a mídia internacional como a melhor Copa de todos os tempos, sob os aspectos técnico e organizacional, ao contrário dos pregoeiros do caos que diziam que seria um fiasco. Na verdade, era nossa “elite”, com o apoio da grande mídia conservadora, buscando desgastar o Governo Federal.
Devemos nos orgulhar de sermos um povo que não é só bom no futebol e no samba, mas que organiza há anos a maior festa popular do mundo, o Carnaval; que faz um Réveillon com 2milhões de pessoas em Copacabana e um “São João” com 1 milhão de pessoas em Caruarú e Campina Grande, e que também construiu a 6ª maior economia do planeta; colocou 30milhões de crianças na escola e está em vias de eliminar a extrema pobreza.
Viva o povo brasileiro.
Jornal de Brasília, 10/07/2014
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