Governo do Distrito Federal
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23/09/15 às 19h48 - Atualizado em 29/10/18 às 12h03

Codeplan apresenta Perfil dos Trabalhadores nas Unidades de Meio Aberto do Sistema Socioeducativo

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A Codeplan apresentou, nesta terça-feira (22), estudo sobre “Os trabalhadores das Unidades de Meio Aberto do Sistema Socioeducativo do Distrito Federal”, que integrará também a série Texto para Discussão.

Foram realizadas oficinas e aplicados questionários a 122 servidores das Unidades de Atendimento em Meio Aberto (Uamas), com o propósito de conhecer o perfil e a percepção dos participantes sobre sua experiência no trabalho socioeducativo. Além disso, a pesquisa visava dimensionar a quantidade de de servidores existentes e de sua necessidade, , de acordo com a legislação.

“Nós que trabalhamos com educação temos muita dificuldade de trabalhar com os jovens que estão cumprindo medidas socioeducativas. Conhecer o profissional que está atuando diretamente com eles nas unidades é extremamente importante para o processo de ressocialização”, afirmou o assessor do Subsecretario de Educação Básica da Secretaria de Educação, Firmino Moreira.

O estudo da Codeplan apontou que a maioria dos servidores são mulheres, negras, entre 20 e 39 anos, que vivem em união conjugal, sem filhos e nascidas no DF. Os dados também informam que a maioria dos servidores são católicos, 36,9%, e possuem o ensino superior completo: 80,3%.

Cerca de 71,% dos participantes consideram prazeroso o trabalho com os jovens, e 57,6% trabalham na área há mais de três anos. Porém, a cada ano que o servidor fica no sistema, aumenta em 41% a chance dele achar seu trabalho menos prazeroso. “Esse dado me chamou bastante atenção”, declarou o presidente da Codeplan, Lucio Rennó. “As pessoas que estão envolvidas nessa atividade a mais tempo não têm uma visão positiva, não estão satisfeitas. Então, penso que se deve prestar atenção nisso, nessa insatisfação”, destacou ele.

Durante a pesquisa, os servidores fizeram algumas propostas visando à melhoria do sistema. Ações para fortalecer a relação entre servidores e famílias, maior compreensão pelo Poder Judiciário sobre a realidade vivida nas unidades e utilização de métodos mais humanizados por parte dos profissionais da segurança para lidar com os adolescentes foram algumas dessas sugestões

Para Lucio Rennó, este é um dos pontos positivos do estudo, colher informações e opiniões de quem está exercendo a atividade diariamente e está em contato com a política pública. “São informações muito ricas”, disse ele.

A pesquisa revelou também que 32,8% dos entrevistados acreditam que as medidas socioeducativas devam ter caráter punitivo, e 42,4% acham que as ações são brandas. Mais da metade, 74,4%, afirma que um adolescente infrator fora da escola deve ser uma preocupação da Secretaria da Educação.

Quanto a isso, o diretor de Estudos e Políticas Sociais da Codeplan, Flavio Gonçalves, declarou que “esse é um problema transversal. Não será a Secretaria da Criança, da Segurança, da Saúde que irá resolver. Precisamos agir todos juntos. Nós notamos uma riqueza nesses dados e, por isso, resolvemos fazer uma pesquisa semelhante também com os jovens, a ser apresentada em breve. ”

Ainda fizeram parte da mesa o Secretário de Segurança Pública e Paz Regional, Arthur Trindade, a Secretária de Políticas para Criança, Adolescente e Juventude, Jane Klébia Reis, o Subsecretario do Sistema Penitenciário, da Secretaria de Justiça e Cidadania, João Carlos Lóssio Filho, e o diretor Executivo da Fepecs/SES, Armando Raggio.

Veja o estudo aqui. 

Texto: Nilva Rios e Ana Carolina Alves
Foto: Toninho Leite 

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