“De escondidinhos e macarronadas: desenhos urbanos em Brasília” foi o tema da sétima edição de Encontros Urbanos abordado nesta tarde (26), na Codeplan, pelo professor Frederico Holanda da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB).
O professor Frederico Holanda, ao iniciar a palestra, explicou a razão do tema. Disse que escondidinhos são realidades de desenho urbano pouco ou nada conhecidas da cidade ou ignoradas, e macarronadas porque, ao se deslocar do Grande Colorado até o Plano Piloto, três macarronadas são avistadas. Assim, fazendo um contraponto com a queixa antiga sobre Brasília, de cidade deserta, e que a cidade oscila entre o trabalho e a residência, ele ilustra a palestra com clipes para falar sobre a arquitetura como forma viva onde o protagonista é o ser humano. Os clipes que ilustram a palestra têm objetivo de propagar o conhecimento, segundo ele.
Entre as imagens apresentadas estão a Rodoviária, Esplanada dos Ministérios, onde deveria se concentrar mais o capital social ao invés do político. Em sua ótica deveria ter pontos de encontros, com comércio organizado. Foi essa a abordagem após passear pelos cinco tipos de Capital: econômico, político, ideológico e social. Afirmou que a sociedade é como artefato. É um conceito organizado. “Nós somos corpos no espaço”, destacou.
Mencionou também os novos complexos de viadutos que são construídos. Essas construções servem para transferir os congestionamentos de um ponto para o outro e para atrair mais carros para as ruas como já demonstrados por vários estudos mundo afora. É o caso de apropriações indevidas como os hotéis e flats. A W3 Sul – considerada o point da década de setenta, onde se viam movimentos durante o dia e à noite – ficou desconfigurada: habitação de um lado e pouco comércio do outro. Considerou estranho a W3 Sul como se acha hoje por se tratar de uma avenida, e que ainda existem comércios do lado das habitações, o que os chamou de escondidinhos.
O professor considera fascinantes o perfil socioeconômico da Vila Planalto e os serviços populares na W3 Sul na década de setenta. Hoje, a Vila dispõe de vários restaurantes, com perfil de classe média alta e média. “Entretanto, na W3 Sul, agora, sequer há letreiros, embora, eles continuem lá, sabemos. Ambos envolvem facetas de um paradigma de desenho urbano que há muito queríamos ter superado – elitista e excludente –,mas que teimam em existir na Capital Futurista”, enfatizou o palestrante. “Devemos ampliar os horizontes da informação, colocar a Arquitetura na História, uma vez que o repertório é vasto”, acrescentou.
O presidente da Codeplan, Lucio Rennó, parabenizou a apresentação e destacou a perspectiva de ampliação, como, por exemplo, bairro com características humanas, densos, com supermercados, entre outros. “É um ponto para se pensar o adensamento na W3 Sul e outros locais do DF, as RAs. Trata-se de questão extremamente oportuna: como a cidade se insere no momento”. Por sua vez, o diretor de Estudos Urbanos e Ambientais, Aldo Paviani, participante da Mesa, questionou como uma cidade deve ser tratada e como se humaniza.
Reportagem: Eliane Menezes, Codeplan
Fotos: Toninho Leite, Codeplan
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