Com a diminuição do preço da gasolina no Brasil (de 5,35% em relação a outubro), o grupo de transporte fez com que o Distrito Federal tivesse a maior deflação do País em novembro (-0,43%). A média nacional do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em -0,21%.
Os números foram apresentados na tarde desta sexta-feira (7) pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), com base em levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicado na manhã de hoje.
Segundo o economista da Codeplan João Renato Lerípio, a queda foi mais forte no IPCA de Brasília porque o combustível tem peso maior no bolso do consumidor local. “O brasiliense é um dos poucos cidadãos do País a morar em uma média de 20 quilômetros distante do local de trabalho.”
Além da gasolina, os setores de alimentação e bebidas (-0,04%), de habitação (-0,43%) e de saúde e cuidados pessoais (-1,71%) influenciaram na deflação na capital federal. “As refeições não tiveram uma queda muito forte, mas o peso do grupo também tem impacto alto para o brasiliense.” Lerípio destacou que a inflação no DF tem apresentado resultados baixos nos últimos 12 meses, com acúmulo de 3,34%.
INPC de Brasília também foi o menor do Brasil
O economista apresentou ainda uma análise do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), em que Brasília também teve a maior deflação do País, de -0,58% em relação a outubro. A média nacional foi de -0,25%. A razão é a mesma: a queda dos valores do setor de transporte (-1,49%), que afeta o grupo contemplado pelo INPC – com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos – da mesma forma que os consumidores abrangidos pelo IPCA – com renda de 1 a até 40 salários mínimos.
Ceasa segue tendência contrária aos outros índices com aumento de 3,85%
Na mesma divulgação, o economista da Diretoria Técnico-Operacional das Centrais de Abastecimento do DF (Ceasa-DF) João Bosco Soares, expôs o Índice Ceasa do DF (ICDF). “Diferentemente do IPCA e do INPC, a nossa média teve inflação de 3,85% porque os grupos de frutas, legumes e verduras aumentaram de preço”, explicou Soares. No entanto, a elevação é habitual no último trimestre em Brasília. “Os preços no DF têm um comportamento padronizado em novembro. Nos últimos três anos, o mês ficou em uma média de 3,8% de inflação.” Soares diz que a repetição na variação dos preços ocorre por conta do período chuvoso, das preparações para as festas de fim de ano e para as férias, quando muitas pessoas saem de Brasília.
As frutas (2,26%) e os legumes (7,27%) foram as principais causas do aumento por terem o maior peso no ICDF. Nos dois casos, as chuvas de novembro diminuíram a produção de itens como manga tommy (30,69%); melancia graúda extra (23,81%); abobrinha italiana extra (50,7%); cebola nacional (49,11%); beterraba extra (35,84%) e batata-lisa (33,72%).
Mesmo que as verduras tenham apresentado inflação alta (17,75%), o grupo não pesa muito no ICDF. O mesmo ocorre com ovos e grãos, com queda de 3,83%. O ICDF acompanha 66 itens de hortifrutigranjeiros com base na alimentação do brasileiro e na relevância das vendas na Ceasa-DF.
Veja a íntegra da análise do IPCA e INPC de Brasília em novembro de 2018.
EDIÇÃO: RAQUEL FLORES
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