Governo do Distrito Federal
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23/11/18 às 20h27 - Atualizado em 23/11/18 às 20h34

Consumo de água no DF caiu 9,5% durante racionamento

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Segundo pesquisa da Codeplan, Ceilândia, Plano Piloto e Taguatinga foram as regiões que mais contribuíram para a redução em 2016 e 2017

 

As regiões administrativas do Distrito Federal que mais reduziram o consumo de água no período de racionamento foram Plano Piloto, Ceilândia e Taguatinga, as mais populosas. Apenas Paranoá e Fercal apresentaram aumento.

 

Os dados são da pesquisa Análise do Consumo de água Tratada no Período de Racionamento no DF (2016 e 2017), divulgados nessa quinta-feira (22) pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan).

 

Durante um ano e meio, de janeiro de 2017 a junho de 2018, o Plano Piloto economizou 2.971.546 metros cúbicos (m³) de água; Ceilândia, 2.342.569 m³; e Taguatinga, 1.498.646 m³. As reduções englobam o uso das categorias residencial, comercial, industrial e pública.

 

Para a Codeplan, o aumento no Paranoá (526.215 m³) e na Fercal (16.227 m³) se deve ao crescimento populacional, consequência de entregas de moradias do programa Morar Bem.

 

No DF, o consumo em 2016 e 2017 caiu de aproximadamente 160 milhões de m³ para cerca de 146 milhões de m³. A diminuição foi de 9,5%, mesmo com a taxa de crescimento populacional de 2%.

 

Por categoria, as menores taxas de redução ocorreram em residência (9%), responsável por aproximadamente 80% do total consumido, e no comércio (11,2%), com cerca de 10% de contribuição do gasto de água.

O setor industrial foi a categoria com a maior redução porcentual (36,7%), mas tem baixa participação no total consumido no DF (0,3%).

 

A pesquisa constatou que o agrupamento das regiões com população de alta renda (Lago Sul, Lago Norte, Park Way, Sudoeste) foi o que atingiu as maiores reduções no consumo residencial — cerca de 11%.

 

Já o grupo de classe de renda baixa (Estrutural, Fercal, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas e São Sebastião), apresentou 6,4% de aumento.

 

Técnicos da Codeplan analisam o consumo de água durante o racionamento no Distrito Federal

Técnicos da Codeplan analisam o consumo de água durante o racionamento no Distrito Federal

O gerente de Estudos Ambientais da Codeplan, Alexandre Brandão da Costa, explicou que isso ocorre porque a população com maior renda consome mais.

 

“As moradias mais espaçosas, muitas vezes com piscina e área de lazer, têm maior margem para a redução dos gastos. Nas outras regiões, o consumo já é pouco, não há o que reduzir.”

 

 

Consumo de água no DF de 2013 a 2015

 

Em outro estudo divulgado ontem (Consumo de Água do Distrito Federal por Região Administrativa), a Codeplan analisou o consumo de água de 2013 a 2015. Foi constatado que, em média, as maiores reduções porcentuais ano a ano ocorreram para a categoria industrial. “Provavelmente foi desencadeado pela crise econômica”, destacou Costa.

 

Apesar de representar a maior parcela do consumo, a categoria residencial foi a que demonstrou as menores taxas de redução porcentual. Foi observado que as regiões que gastam mais água são também aquelas que têm as maiores populações: Águas Claras, Ceilândia, Plano Piloto e Taguatinga.

 

Já os menores gastos podem ser visualizados na Candangolândia, na Estrutural, na Fercal e no Varjão. “Nesses locais ficou evidenciado o consumo abaixo do recomendado para uma família pela Organização Mundial da Saúde [OMS]”, observou a pesquisadora e geógrafa da Codeplan Kássia Batista de Castro.

 

De acordo com a OMS, uma pessoa necessita de, no mínimo, 110 litros de água por dia – essa medida supostamente seria suficiente para saciar a sede, cuidar apropriadamente da higiene e preparar os alimentos. Na Fercal, na Estrutural e no Itapoã, o valor fica abaixo de 90 litros por habitante.

 

A pesquisadora concluiu que o estudo é importante porque identificou a relação da renda e a influência do padrão urbano e, mais especificamente, do tipo de moradia urbana sobre o consumo de água. “Ele serve para dar subsídio às políticas públicas referentes à gestão eficiente dos recursos hídricos”, analisou Kássia.

 

Reportagem: Agência Brasília
Edição: Marcela Rocha, da Agência Brasília

Foto: Toninho Leite, da Codeplan

 

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