No próximo dia 30, a Codeplan retomará os debates sobre o mercado de trabalho, desta vez abordando o tema “Crise econômica e mercado de trabalho no Brasil: uma interpretação”, com palestra do economista do Dieese e doutor em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp, Tiago Oliveira.

No dia 02 de junho, a Codeplan iniciou esses debates, dentro do projeto Quintas Codeplan, com o tema “Oferta de mão de obra no DF – determinantes da participação na força de trabalho, impactos demográficos e efeitos da recessão econômica”. 

Para o presidente de Codeplan, Lucio Rennó, os debates de hoje e o que acontecerá no próximo dia 30, também dentro do projeto Quintas Codeplan, pretendem mapear o setor produtivo, com ênfase no mercado de trabalho, pois o que se tem observado, nos últimos dados divulgados pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), é uma sensível piora do emprego. “Queremos entender as dinâmicas desse mercado, em uma perspectiva temporal mais ampla.”

Os estudos apresentados no dia 02 – “Oferta de mão de obra no DF: determinantes da participação na força de trabalho e efeitos da recessão econômica” e “Somos tão jovens? Impacto da demografia nas taxas de desemprego no DF, SP e Porto Alegre: a decomposição das taxas de participação por grupos etários de 1992 a 2015” – estão disponíveis pela série Texto para Discussão.

Segundo Alisson Silva, um dos estudiosos, as pessoas estão entrando no mercado de trabalho cada vez mais tarde, enquanto as mais amadurecidas têm permanecido por mais tempo. Analisando os dados da PED, ao longo da série histórica de 1992 a 2015, foram observados os seguintes comportamentos, em três períodos bem distintos: no primeiro período de análise, de 1992 a 2003, o DF tem forte pressão migratória, a Taxa de participação cresce tanto no “componente demográfico” como no componente “taxa de participação nas faixas etárias”; de 2003 a 2009, o componente demográfico tem impacto negativo, enquanto a taxa participação nas faixas etárias tem efeito positivo e mais intenso e, finalmente, no último período, de 2009 a 20015, os dois componentes têm impacto negativo na variação da taxa de participação.

Texto: Nilva Rios
Foto: Toninho Leite